domingo, 23 de outubro de 2011

“Não há uma família que não conviva com a ausência de Direitos Humanos”, afirma Ramaís de Castro Silveira, secretario executivo da SHD

Éder Rodrigues

O secretário executivo da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Ramaís de Castro Silveira, afirmou, durante a reunião com os produtores da 6ª Mostra de Direitos Humanos da América Latina, em setembro último, na Cinemateca Brasileira, que apesar de todo o trabalho cotidiano em prol de políticas sobre Direitos Humanos, os gestores ainda precisam enxergar a realidade total brasileira. “Por isso é emocionante para nós, ver reunidos os representantes de 27 capitais do País trabalhando nesta 6ª Mostra”, destacou.

“Trago uma palavra da Ministra (Maria do Rosário), reiterando que temos esta parceira republicana pelos direitos humanos com estados e municípios porque queremos que esta parceira seja de longo prazo e que nos faça chegar cada vez mais longe. Afinal, este é o maior festival do mundo e vamos realizar a melhor Mostra da história”, garantiu.

Ele disse que o tom do primeiro ano do Governo Dilma, por meio da nomeação da Ministra de Direitos Humanos é estabelecer a promoção dos direitos humanos, das ações de defesa e de promoção da prevenção, com programas de combate, para assim, reduzir as denúncias na ouvidoria.

O secretário, que também é considerado vice-ministro, afirma que direitos humanos é um tema rico, amplo e desconhecido e que, de fato, a sociedade brasileira não conhece o conceito do termo. “Direitos humanos não são apenas os direitos civis e políticos ou aqueles que defendem só bandidos. Quando usamos este título, há uma abrangência indissociável e intrínseca a nós, afinal, não há uma família que não conviva com a violação dos direitos, seja na orientação sexual, na área da adolescência, melhor idade, deficiência, enfim, é assim que trabalhamos a política da SHD”.

Ramaís citou, em seu pronunciamento, a participação da filósofa e professora da USP, Marilena Chauí em uma reunião recente em Brasília, quando ela tratou do tema Educação e Cultura. Segundo ele, Doutora Marilena deixou claro que o Brasil precisa de cultura muito mais do que de educação. “A educação brasileira só visa o mercado. Não é educação formal. O que o Brasil precisa é de cultura”, lembrou ele.

Interior - Para Ramaís, os países latinoamericanos e a África ainda lutam para contar as histórias dos períodos recentes de ditatura. “No Brasil também ainda não temos esta história contada. Por isso no ano que vem queremos chegar no interior deste País, com esta temática. Este é o papel objetivo e subversivo que esta ação (Mostra) propõe”, finalizou.

sábado, 22 de outubro de 2011

“A Mostra vai mostrar ao Brasil onde está a ausência dos Direitos Humanos”, aponta a Diretora Técnica da Cinemateca Brasileira

Éder Rodrigues

A cineasta Olga Futemma é a diretora Técnica da Cinemateca Brasileira. Estudou na USP na década de 70. Ela lembra que a Cinemateca sempre foi e continua sendo um centro de referência para esta e para a geração que estudou cinema naquela época. Na referida década, mesmo passando por dificuldades financeiras, a Cinemateca mantinha-se viva. Hoje, com pessoal técnico especializado, tem conseguido recursos em editais e outras formas de fomento para ampliação de seu acervo.

A programação de exibição mensal é intensa. A Cinemateca Brasileira possui o maior acervo de imagens em movimento da América Latina. Ele é formado por cerca de 200 mil rolos de filmes, que correspondem a 30 mil títulos. São obras de ficção, documentários, cinejornais, filmes publicitários e registros familiares, nacionais e estrangeiros, produzidos desde 1895.

O acervo da Biblioteca é formado por aproximadamente 4.700 livros, 130 pesquisas acadêmicas, 2 mil catálogos, 2 mil folhetos e 1.200 pastas que reúnem diversos documentos, como certificados de censura, convites, press-releases e papers. Há também uma coleção com cerca de três mil roteiros. Confira a entrevista realizada neste mês de setembro na Cinemateca, durante a reunião de produtores da 6ª Mostra de Cinema de Direitos Humanos que ocorrerá do dia 29 de outubro a 03 de novembro no SESC/RR.

Quando começou sua experiência com a Cinemateca?
A geração que estudou na USP na década de 70 sempre teve a Cinemateca como referência. Cheguei em 84, quando a Cinemateca foi incorporada pelo Instituto Brasileiro de Patrimônio Histórico. Quando a Cinemateca passou para a esfera federal então fui contratada. Tenho mais ou menos a mesma idade da Cinemateca (risos).

A senhora atua em que unidade?
No Centro de Documentação e Pesquisa da Cinemateca Brasileira. Este centro engloba quatro setores: a Biblioteca, os arquivos pessoas e institucionais, a área de pesquisa e área fotográfica.

Quanto a Biblioteca, como a Cinemateca tem avançado na aquisição de títulos?
Depois de muito tempo, desde a década de 50, a Biblioteca da Cinemateca tradicionalmente vivia de doação não havia uma dotação específica para aquisição de livros e periódicos. Isso mudou há seis anos. A gestão do Carlos Magalhães (diretor executivo da Cinemateca) deu este impulso, esta visibilidade e trouxe à tona necessidade de uma atualização muito forte do nosso acervo bibliográfico. Felizmente temos conseguido o apoio, por exemplo, da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e temos participado de editais para adquirir livros, ampliando o acervo neste sentido.

Qual a sua expectativa em relação a 6ª Mostra de Direitos Humanos?
Este avanço do evento, chegando nas 27 capitais do País realmente dá a Mostra um caráter inédito. É de uma singularidade muito forte. E não é por estar nas 27 capitais apenas, apesar de ter uma importância simbólica extraordinária, mas sobretudo, pelo tema que a Mostra propõe. Os direitos humanos precisam estar na pauta do dia, na nossa consciência. Ter uma Mostra desta grandeza que abre a possiblidade de reunir pensamentos a cerca deste tema, debatê-lo, perceber onde está o sofrimento e a ausência da prática dos direitos humanos no Brasil, tem um caráter formador espetacular. É uma chance de aprimoramento de todos como seres humanos e profissionais e como sociedade.

Fazendo uma alusão aos estados do Norte do País, que estão buscando mais espaços para exibição e fruição da produção e sabendo que a Cinemateca mantém viva a memória audiovisual do País inteiro, o que a senhora tem a dizer especificamente para os realizadores e produtores da Amazônia como um todo quanto à realização da Mostra?
Antes mais nada: sejam bem vindos! Parabéns por esta disposição na adesão e na coesão em torno da Mostra. Sair do eixo Rio e São Paulo é importante. Mas na prática a gente sabe que é difícil. Tanto a produção, quanto a distribuição em algumas regiões vão se capitulando no Brasil. Mas como é que se quebra isso? Como é que se inaugura uma fase de coesão? Só fazendo! Só fazendo! Assim como a Memória, na qual a gente se pergunta: o que vai sobreviver? Sobreviverá aquilo que as forças sociais disserem que é para sobreviver! Então tanto as forças e movimentos sociais precisam se mobilizar e entrar nestes programas e projetos de coesão e de aprimoramento intelectual, pessoal e profissional que estão sendo promovidos nestas mostras de âmbito nacional e internacional.

Filmes sobre melhor idade, infância, sexualidade e deficiência serão prioridades na 6ª Mostra de Direitos Humanos na América do SulÉder Rodrigues


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Éder Rodrigues

São Paulo - Na última sexta (16), na Cinemateca Brasileira de São Paulo, durante a abertura da capacitação para os Coordenadores estaduais das exibições da 6ª Mostra de Direitos Humanos da América Latina, o curador da Mostra, cineasta Francisco César Filho, explicou que a Mostra tem uma programação de primeira linha e é a maior Mostra da América Latina.

A 6ª Mostra é realizada pela Secretaria de Direitos Humanos, por meio da Cinemateca Brasileira. Serão exibidos filmes históricos, clássicos do cinema e de autores ainda desconhecidos. Francisco explica que esta é uma mostra contemporânea que se distingue porque muitos títulos são inéditos no Brasil.

Outras informações: www.cinedireitoshumanos.org.br

Diretor da Cinemateca destaca acessibilidade na 6ª Mostra de Direitos Humanos


Éder Rodrigues

São Paulo - O diretor da Cinemateca Brasileira de São Paulo, Carlos Magalhães, explicou que uma das principais preocupações da organização da 6ª Mostra de Direitos Humanos da América Latina é dar acessibilidade ao público com necessidades especiais nas salas de exibição de todo o Brasil.

Apesar de estar na sexta edição, a Mostra ocorre pela primeira nas 26 capitais e Distrito Federal. “Um ponto importante é que 100% dos filmes têm closed caption, que auxilia o deficiente auditivo. Em outros casos, temos filmes com a audiodescrição destinados aos deficientes visuais. Estes serão exibidos em duas sessões especiais em cada estado”, destaca.

O diretor afirma que os filmes e as respectivas sinopses das obras escolhidas estão disponíveis no site oficial da Mostra. Cada filme é classificado com o direito específico estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Reflexão – Carlos Magalhães analisa que a Mostra servirá mais uma vez para promover a reflexão, sendo o cinema o instrumento de debate. O trabalho da Cinemateca Brasileira está seguindo uma política pública estabelecida pela Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal. No caso da Mostra que ocorre em 26 capitais e Distrito Federal o desafio para os produtores locais é articular os interessados nestes temas, como universidades, escolas, lideranças políticas e sindicais, terceiro setor, dentre outros e provocar o debate. “A Cinemateca tem buscado um alinhamento de trabalho a nível nacional a partir desta política de Direitos Humanos e estamos abertos às questões particulares de cada região”, ressalta.

Para as próximas Mostras o diretor destacou que a Cinemateca pretende ampliar as exibições com filmes de cada estado, atendendo a produções e especificidades ainda desconhecidas de um País continental como é Brasil. “A convocatória é mista. Os filmes são propostos pela Curadoria. Mas a ideia de abrir para filmes de realizadores locais é importante e queremos ampliar esta participação”, finalizou.

Sessão de Audiodescrição

FILMES

A Grande Viagem - El Gran Viaje
Caroline Fioratti

O Plantador de Quiabos - El Plantador de Quimbombó
Coletivo Santa Madeira

Doce de Coco - Dulce de Coco
Allan Deberton

Garoto Barba - Niño Barba
Christopher Faust

Máscara Negra - Máscara Negra
Rene Brasil

Tempo de Criança - Tiempo de Niñez
Wagner Morais


SESSÃO DE AUDIODESCRIÇÃO

Veja a relação dos filmes aqui

A garantia dos Direitos de Pessoas com Deficiência é uma prioridade na Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul. Desde a primeira edição, a programação do evento acontece em salas com acessibilidade a deficientes físicos, e suas projeções contam com sistemas de closed-caption (legendas que descrevem, além das falas dos atores, qualquer outro som presente na cena, como palmas, passos, trovões, música, risos etc) para deficientes auditivos, e de audiodescrição (narração das imagens em palavras) para deficientes visuais.

A Mostra disponibiliza dois diferentes sistemas de audiodescrição: fechada, com transmissão via rádio, e aberta, através do sistema de som das salas de exibição.

Em 2011, o filme escolhido para audiodescrição fechada é o brasileiro Diário de Uma Busca; já para audiodescrição aberta, montou-se um programa com curtas-metragens da seção Contemporâneos, em um painel dinâmico, variado e surpreendente.

SESIÓN DE AUDIODESCRIPCIÓN

Los derechos de las personas con discapacidad es una de las característica de la Muestra Cine y Derechos Humanos en Sudamérica. Desde la primera edición, la programación del evento se realiza en salas con acceso para personas con discapacidad físicas y sus proyecciones cuentan con sistemas de closed-caption (subtítulos que describen además de los diálogos de los actores todos los demás sonidos presentes en la escena, tales como aplausos, pasos, truenos, música, carcajadas etc.) para discapacitados auditivos y de audio- descripción (narración de las imágenes en palabras) para discapacitados visuales.

La Muestra pone a disposición dos sistemas diferentes de audio-descripción: cerrada, con transmisión por radio, y abierta, por medio del sistema de sonido de las salas de exhibición.

En 2011, la película elegida para la audio-descripción cerrada es la brasileña Diario de una búsqueda; para la audio-descripción abierta se organizó un programa con cortometrajes de la sección Contemporáneos, en un panel dinámico, variado y sorprendente

Francisco Cesar Filho
Curador