A MOSTRA EM RORAIMA

Cultura de direitos humanos: as transformações através do cinema

A Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul chega em sua sexta edição alcançando um sonho colocado desde a sua criação em 2006: estar presente nas 27 capitais brasileiras. As recém-chegadas Macapá, Vitória, Boa Vista, Campo Grande, Porto Velho, Florianópolis e Palmas vibraram por fazer parte da maior mostra de cinema do gênero no mundo.

Este grande evento nacional só é hoje possível em tais proporções pelo trabalho incansável de inúmeras pessoas, autoridades e anônimos, que acreditaram e acreditam que o fim das violações aos Direitos Humanos é uma meta a ser perseguida, principalmente com ações de promoção e divulgação das garantias e direitos fundamentais de nosso povo, numa verdadeira estratégia de formação de uma massa crítica dona de seu próprio destino.

Nosso país passou e passa por transformações sociais. Em todos os estados e no Distrito Federal, a sexta edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos encontrará um pouco de cada mudança vivida nestes últimos anos. Mas também irá se deparar com grandes desafios; irá se encontrar com toda a multiplicidade cultural e histórica de nosso país. Vai falar de diferentes formas para diferentes públicos, mas sempre sob o signo universal e ao mesmo tempo contextual dos Direitos Humanos.

Francisco Cesar Filho, conhecido por todos como Chiquinho, é o curador também desta edição. Neste ano, ele foi desafiado a assistir e desempenhar a difícil tarefa de selecionar os filmes que integrarão a Mostra dentre os quase 240 enviados. Este é um número 40% maior que no ano passado, demonstrando a importância e o respeito que tem a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul e seu inesgotável potencial de crescimento.

A pluralidade dos Direitos Humanos é uma das características da Mostra, reforçada com os filmes selecionados que, neste ano, tratarão dos Direitos de Crianças e Adolescentes, do Direito à Terra, da Cidadania LGBT, da Educação em Direitos Humanos, Democracia, das Populações Tradicionais, Quilombolas e Afrodescendentes, das Pessoas Idosas, da Saúde Mental e Combate à Tortura, das Pessoas com Deficiência, Migrantes e do Direito à Memória e à Verdade, dentre outros tantos.

Na seção Filmes Contemporâneos, destinada às produções recentes, Cuatro Litros por Tonel (2010), de Belimar Román Rojas, conta a história de Vicenta, Marilin, Luisa, Victoria e outras oito mulheres camponesas venezuelanas que decidem se tornar uma cooperativa de adubos orgânicos. As demandas apresentadas pelo projeto fazem com que sofram ameaças, comprometendo todo o projeto. A autonomia financeira das mulheres é sem dúvida um desafio para a sociedade. A garantia de renda e o protagonismo desse grupo feminino serão capazes de nos fazer refletir sobre as dificuldades e desafios vividos pelas mulheres no mercado de trabalho ou diante de projetos de economia solidária.

Ainda na seção Filmes Contemporâneos, Camponeses do Araguaia - A Guerrilha Vista por Dentro (2010), de Vandré Fernandes, surpreenderá com imagens da época dos conflitos (1972-74), que conseguiram ser preservadas apesar dos esforços para que todos os documentos que retratassem a Guerrilha fossem destruídos. A proposta desse longa é mostrar a Guerrilha a partir dos moradores das imediações onde ocorreram os conflitos. O apoio popular ao movimento e o sofrimento a cada desaparecimento são pontos marcantes do filme.

A Retrospectiva Histórica, outra seção da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, novamente trará filmes que tratam do Direito à Memória e à Verdade. É propício o momento para que mais uma vez a Mostra traga em sua seleção produções sobre o tema. Os países da América do Sul foram marcados por fortes períodos ditatoriais e, em resposta à necessidade de se conhecer o passado e torná-lo acessível aos olhos dos seus cidadãos, deram importantes passos na construção de marcos legais, institucionais e culturais de transição democrática. Esses avanços influenciaram também o cinema. Verdadeiras obras-primas foram enviadas com a temática do Direito à Memória e à Verdade como, por exemplo, Diário de uma Busca (2010), de Flávia Castro, que tenta desvendar o desaparecimento do militante político Celso Castro (1964-1984) durante os anos de 1960. Confissões (2011), de Gualberto Ferrari, conta a história de Gustavo Scagliusi, ex-agente secreto do Batalhão 601, unidade do Serviço de Informações do Exército argentino durante a última ditadura militar (1976-1983), que se encontra frente a frente com o passado e as próprias culpas.

A 6ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul é uma realização da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira, patrocínio da Petrobras e apoio do SESC/SP, da TV Brasil e do Ministério das Relações Exteriores. Quem apresenta é o Ministério da Cultura.

Com filmes legendados para deficientes auditivos e com audiodescrição para deficientes visuais, com todas as sessões gratuitas e realizadas sempre em salas com acessibilidade garantida para as pessoas com deficiência, a 6ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul se consolida como um dos principais instrumentos de nosso país para a criação de uma cultura de paz, de direitos, de liberdade e autodeterminação.

A Mostra chega em sua cidade! Divulgue-a! Aproveite-a! Viva-a! Façamos com que seja apropriada por todos, e que consigamos conquistar, inclusive, os amantes do cinema.

Maria do Rosário Nunes
Ministra de Estado-Chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

Cultura de derechos humanos: las transformaciones por medio del cine 
 
La Muestra Cine y Derechos Humanos en Sudamérica llega a su sexta edición alcanzando un sueño planteado desde su creación en 2006: estar presente en las 27 ciudades brasileñas. Las recién llegadas Macapá, Vitória, Boa Vista, Campo Grande, Porto Velho, Florianópolis y Palmas se entusiasmaron por formar parte de la mayor muestra de cine del género del mundo.

En la actualidad, este gran evento nacional solamente es posible en tales proporciones por el trabajo incansable de innumerables personas, autoridades y anónimas que tuvieron fe, y todavía la tienen, en que el fin de las violaciones a los Derechos Humanos es una meta a ser buscada, principalmente con acciones de promoción y divulgación de las garantías y Derechos fundamentales de nuestro pueblo, en una verdadera estrategia de formación de una masa crítica.

Nuestro país viene pasando por transformaciones sociales. En todos los estados y en el Distrito Federal, la sexta edición de la Muestra Cine y Derechos Humanos encontrará un poco de cada cambio vivido en estos últimos años. Pero también se deparará con grandes desafíos; se encontrará con toda la multiplicidad cultural e histórica de nuestro país. Hablará sobre diferentes formas para diferentes públicos, pero siempre bajo el signo universal y al mismo tiempo contextual de los Derechos Humanos.

Francisco Cesar Filho, Chiquinho como todos lo llaman, también es el curador de esta edición. Este año, enfrentó el desafío de asistir las películas que integrarán la Muestra y de desempeñar la difícil tarea de seleccionarlas entre las casi 240 enviadas. Esta cifra es el 40% superior a la del año pasado, demostrando la importancia y el respeto que tiene la Muestra Cine y Derechos Humanos en Sudamérica y su inagotable potencial de crecimiento.

La pluralidad de los Derechos Humanos es una de las características de la Muestra, reforzada por las películas seleccionadas que, este año, tratarán de los Derechos de los Niños y Adolescentes, del Derecho a la Tierra, de la Ciudadanía LGBT, de la Educación en Derechos Humanos, de la Democracia, de las Poblaciones Tradicionales, Quilombolas (descendientes de esclavos) y Afro-descendientes, de las Personas Ancianas, de la Salud Mental y del Combate a la Tortura, de las Personas Portadoras de Discapacidad, de los Migrantes y del Derecho a la Memoria y a la Verdad, entre tantos otros.

En la sección Películas Contemporáneas, destinada a las producciones recientes, Cuatro Litros por Tonel (2010), de Belimar Román Rojas, cuenta la historia de Vicenta, Marilin, Luisa, Victoria y otras ocho mujeres campesinas venezolanas que deciden ser económicamente independientes formando una cooperativa de abonos orgánicos. Las demandas presentadas por el proyecto hacen que ellas sufran amenazas, comprometiendo todo el proyecto. La autonomía financiera de las mujeres, sin duda, es un desafío para la sociedad. La garantía de ingresos y el protagonismo de ese grupo femenino serán capaces de hacernos reflexionar sobre las dificultades y desafíos vividos por las mujeres en el mercado de trabajo o ante proyectos de economía solidaria.

También en la sección Películas Contemporaneas, Camponeses do Araguaia - a Guerrilha Vista por Dentro (2010), de Vandré Fernandes, sorprenderá con imágenes de la época de los conflictos (1972-74), que consiguieron ser preservadas a pesar de los esfuerzos hechos para destruir todos los documentos que retratasen la Guerrilla. La propuesta de este largometraje es mostrar la Guerrilla bajo la óptica de las poblaciones de los locales en donde ocurrieron los conflictos. El apoyo popular al movimiento y el sufrimiento de cada desaparición son puntos señalados de la película.

La Retrospectiva Histórica, otra sección de la Muestra Cine y Derechos Humanos en Sudamérica, presentará nuevamente películas que tratan del Derecho a la Memoria y a la Verdad. El momento es propicio para que una vez más, la Muestra presente en su selección producciones sobre el tema. Los países de Sudamérica estuvieron marcados por fuertes períodos dictatoriales y, como respuesta a la necesidad de conocer el pasado y hacerlo accesible a los ojos de sus ciudadanos, dieron importantes pasos hacia la construcción de marcos legales, institucionales y culturales de transición democrática. Esos avances también influyeron en el cine. Se han enviado verdaderas obras primas con la temática del Derecho a la Memoria y a la Verdad como, por ejemplo, Diário de uma Busca (2010), de Flávia Castro, que trata de desvelar la desaparición del militante político Celso Castro (1964-1984) durante la década de 1960. Confesiones (2011), de Gualberto Ferrari, cuenta la historia de Gustavo Scagliusi, ex-agente secreto del Batallón 601, unidad del Servicio de Informaciones del Ejército argentino durante la última dictadura militar (1976-1983), que se encuentra frente a frente con el pasado y sus propias culpas.

La 6ª. Muestra Cine y Derechos Humanos en Sudamérica es una realización de la Secretaría de Derechos Humanos de la Presidencia de la República, con producción de la Cinemateca Brasileña, patrocinio de Petrobras y apoyo del SESC/SP, de la TV Brasil y del Ministerio de las Relaciones Exteriores. Quien hace la presentación es el Ministerio de Cultura.

Con películas subtituladas para discapacitados auditivos y con audio-descripción para deficientes visuales, con todas las sesiones gratis y realizadas siempre en salas con capacidad de acceso garantizada para las personas con discapacidad, la 6ª. Muestra Cine y Derechos Humanos en Sudamérica se consolida como uno de los principales instrumentos de nuestro país para la creación de una cultura de paz, de Derechos, de libertad y de autodeterminación.

¡La Muestra llega a su ciudad! ¡Divúlguela! ¡Aprovéchela! ¡Vívala! Hagamos que todos se apropien de ella y que consigamos conquistar, incluso, a los amantes del cine.

Maria do Rosário Nunes
Ministra de Estado-Jefe de la Secretaría de Derechos Humanos de la Presidencia de la República